Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias. Foto: Luiza Bragança/Prefácio Comunicação
Quem é quem no BG?

Grupo de Trabalho realiza debates e ações sobre o chorume na Região Hidrográfica V

Em funcionamento desde 2018, o GT Chorume realiza reuniões com Ministério Público e academia e visitas técnicas em aterros sanitários.


Durante a decomposição dos resíduos sólidos em aterros sanitários e lixões, é formado um líquido de cor escura e de mau odor que é denominado chorume. Esse líquido se origina dos processos de decomposição biológica, química e física do lixo. Alguns fatores como o excesso de umidade do lixo e a presença de bactérias decompositoras do lixo orgânico, contribuem para a aceleração do processo de formação do chorume.

A formação ocorre em duas etapas: na primeira há presença de oxigênio, sendo que a decomposição é feita por bactérias aeróbicas, que consomem o gás, fermentando o lixo e liberando gás carbônico. Já na segunda parte da decomposição, as bactérias anaeróbicas aparecem quando o oxigênio não está mais disponível no sistema. Elas quebram gordura, amido e proteína, transformando essas substâncias em ácido acético.

O chorume, além de ser vetor de doenças por atrair insetos e roedores, é extremamente poluente e, se descartado de forma incorreta no meio ambiente, pode contaminar o solo e os corpos d’água e alterar a qualidade do ar. A situação se agrava ao considerarmos a alta concentração de metais pesados encontrados no chorume – neste caso, a contaminação pelo consumo constitui um risco sério, já que a própria utilização de água contaminada na irrigação de plantações pode resultar no adoecimento de populações inteiras.

O GT Chorume do CBH Baía de Guanabara

Tendo em vista o risco da substância para o meio ambiente, o CBH Baía de Guanabara tem um Grupo de Trabalho que debate e discute especificamente o chorume e suas implicações no território.

O GT Chorume é um grupo de trabalho que foi criado com a finalidade de analisar o lançamento de chorume na Região Hidrográfica V (RH-V) e seus desdobramentos sob os aspectos legal, ambiental, econômico, social e de saúde pública. Com essas atribuições, o GT Chorume propõe ao Comitê a adoção de medidas visando à melhoria da qualidade dos recursos hídricos da região.

O Grupo foi criado em 2018. De lá para cá, baseado em um plano de trabalho, o GT Chorume já realizou reuniões com o Ministério Público e instituições acadêmicas, constantemente realiza visitas técnicas a aterros sanitários da região e já levou o assunto para o âmbito do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), criando um grupo de trabalho dentro do órgão.

A metodologia de trabalho do Grupo é baseada em discussões em reuniões, exposições, debates, análise de documentos relacionados, visitas técnicas e análise dos planos de Bacias Hidrográficas de outras regiões. No futuro, o Grupo de Trabalho pretende realizar um seminário para apresentar e debater tecnologias de tratamento do chorume e implantar a outorga de lançamento.

O Grupo é coordenado por José Miguel da Silva, que também é subcoordenador da CTCost do CBH Baía de Guanabara. José Miguel é Ambientalista e Geógrafo, membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI), do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e da Câmara Técnica de Integração com a Gestão Ambiental e Territorial (CTIGAT).

Em agosto de 2023, o GT Chorume do CBH Baía de Guanabara foi destaque no XXV ENCOB, em Natal (RN), ao ser apresentado como um caso de sucesso na gestão das águas.

Confira a formação completa do GT Chorume.

Fontes:
https://petesa.eng.ufba.br/blog/voce-sabe-o-que-e-o-chorume
https://blog.stoodi.com.br/blog/biologia/chorume-o-que-e-causas-e-consequencias/




www.comitebaiadeguanabara.org.br