Seis meses de monitoramento: diagnóstico das águas da Baía

O monitoramento das águas é um dos pré-requisitos para o sucesso de qualquer sistema de gestão de águas

Seis meses após a implantação do programa na bacia, já é possível verificar as demandas mais urgentes para projetos de melhoria hídrica. De acordo com os relatórios gerados nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021 e janeiro, fevereiro e março de 2022, os pontos considerados mais críticos estão localizados na área de abrangência do Subcomitê Oeste, cuja qualidade hídrica foi considerada ruim ou muito ruim na média semestral.

Ao longo de sua história, a Baía de Guanabara tem sido alvo de uma série de contaminantes lançados no espelho d’água, que se somam aos resultantes das atividades industriais, além do esgoto doméstico sem tratamento e do descarte inadequado de resíduos sólidos. Essa temática vem sendo bastante debatida no Comitê da Região Hidrográfica da Baía de Guanabara e uma das ações descritas em seu Plano de Aplicação Plurianual compreende o monitoramento quali-quantitativo das águas da região hidrográfica.

De acordo com o especialista em recursos hídricos da Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Agevap), Leandro Guerra, o monitoramento das águas é um dos pré-requisitos para o sucesso de qualquer sistema de gestão das águas.

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Nesse contexto, em outubro de 2021, foi criado o Macroprograma de Monitoramento Quali-Quantitativo da Água da Região Hidrográfica V. A partir dele, 93 pontos de coleta serão monitorados mensalmente ao longo de 30 meses, compreendendo 13 parâmetros de qualidade, sendo 10 deles definidos para a determinação do índice de qualidade de água (IQA). Para tanto, o Comitê Baía de Guanabara investiu recursos da ordem de R$ 2,3 milhões.

Ainda segundo o especialista, o programa subsidiará o Comitê para que, enquanto entidade tripartite – formada pelo Poder Público, usuários e sociedade civil –, possa cobrar da administração pública a melhoria das condições atuais. Os dados gerados ao longo dos 30 meses de monitoramento também servirão de base para subsidiar o futuro enquadramento dos corpos hídricos, a partir da classificação atual de vários trechos de rios da região, de modo que se possa traçar objetivos e estabelecer o prazo necessário para alcançá-los.

O monitoramento é feito pelo Centro de Biologia Experimental Oceanus Ltda e a assessoria do grupo de acompanhamento do contrato reúne representantes da diretoria do Comitê, dos subcomitês, do Instituto do Meio Ambiente (INEA) e da Agevap. Todos os relatórios do projeto podem ser acessados no site do Comitê.




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